Porra de violência escrota e desejo de despejar uma porrada de porradas por aí, nos agiotas de plantão, nos beligerantes ensimesmados, nos covardes transvêssos, nos alarmistas rotineiros. Sou um anacrônico contemporâneo, inventor de oxímoros. Tô com raiva de médico, advogado e otimistas em geral. Eles fodem o mundo, os otimistas. E isso não é papo meu, me foi contado, um amigo cabeção quem chegou a essa máxima. Eles, os otimistas, fodem o mundo. Enchem tudo de esperanças, um dia chegamos lá. Sempre seguindo a merda da cenoura amarrada a sua frente, nessa vara presa a tua cabeça. Sempre que tu avança, ela se afasta de você, clássico. Saudade da minha verborragia. Tava já há uma pá de tempo sem escrever por aqui, sem escrever at all.
Falar me parece um tanto enfadonho, um tanto necessário. Viva o relativo, vi o absoluto. Poderia me furtar a isso, mas prefiro pular. Porque os políticos não são otimistas, eles são realmente ótimos, o ótimo, propriamente dito, virtuosos e perfeitos em seus ofícios de arautos da hipocrisia. Meu desprezo por eles é mais audível do que o coro dos descontentes. É impossível manter a linha, economizar, manter o prato cheio e a cabeça vaga. Isso porque do vazio vem tudo. Isso. Simplesmente. Porra, tempo que eu não vomitava uma tora cinematográfica entumescida de amor e ódio. Dobro bem uns círculos pros extremos se tocarem. Hoje em dia falar qualquer coisa é pertinente, falar qualquer coisa com consistência não, isso é impertinente. Não convém. Fodam-se. Eu acho o meu ceticismo uma armadilha bonita pra caralho pra continuar respirando.
o tempo que levou pra isso chegar aqui foi um espaço, antes de existir isso, que é. vômito iluminado, aturdido, alcançado. quero lamber, comer, mergulhar, transformar. transpirar. a vida pode parecer difícil e é. a vida pode parecer boa e é. a vida nas tuas palavras parece mais vida, e é. foda-se uma porrada de coisa. fodamos todos e ávidos a vida.